terça-feira, 23 de março de 2010

Um certo dia um Homem...

Evangelho

Quem nunca pecou que atire a 1.ª pedra.

domingo, 14 de março de 2010

E se as mulheres fizessem greve?

O dever de romper o silêncio

“Cristianofobia”. É este o título do mais recente livro de René Guitton, escritor francês que percorreu o mundo e denuncia a actual perseguição em curso contra os cristãos. O livro – que venceu o Prémio Direitos do Homem, do parlamento italiano – traça o mapa da aversão ao cristianismo no mundo e refere-se, sobretudo, à Índia e às perseguições no Sri Lanka, Paquistão, Iraque, Sudão e Nigéria (só neste país foram massacrados 500 cristãos, nos últimos dias). As perseguições foram desencadeadas por fanáticos muçulmanos e – no caso da Índia – por hindus.

A Europa cala-se. Tal como se cala a esmagadora maioria dos media, dos políticos, dos analistas e até dos que se arrogam “defensores das minorias”. Como se houvesse minorias boas e minorias más. As minorias boas que vivem no Ocidente (e que é preciso defender com unhas e dentes); e as outras, que é melhor ignorar, mesmo quando se trata de massacres sucessivos. Romper esta onda de silêncio é um dever e uma obrigação. Sob pena de sermos coniventes.

O que é a Quaresma?

Mandaram-me por correio electrónico:

Você quer jejuar
e fazer abstinência
nesta quaresma ?

Abstenha-se de julgar os outros
e descubra o Jesus que mora neles.
Abstenha-se de palavras ofensivas
e encha-se de frases elogiosas.
Abstenha-se do descontentamento
e encha-se de sentimentos de gratidão.
Abstenha-se de sentimentos de raiva
e encha-se de mansidão e paciência.
Abstenha-se do pessimismo
e encha-se de confiança no Senhor.
Abstenha-se de preocupações demasiadas
e encha-se da lembrança da ternura de Deus.
Abstenha-se de queixar-se de tudo
e encha-se das belezas da criação.
Abstenha-se de trabalhar sob pressão
e encha-se de tempos de oração.
Abstenha-se da amargura e tristeza
e encha de alegria o seu coração.
Abstenha-se do sentimento de rancor
e encha-se de atitudes de reconciliação.
Abstenha-se das muitas palavras vazias,
para encher-se de silêncio e escuta ...
... pois este é o jejum e a abstinência
que Jesus espera de cada um!

Que tenhamos a graça de bem
aproveitar esse tempo de quaresma,
para uma boa preparação
à festa da Páscoa do Senhor.

Domingo de Quaresma


segunda-feira, 8 de março de 2010

A procura do essencial

Público, 2010.03.07
Frei Bento

1. O maior inimigo do cristianismo é a banalização do essencial. Todos os textos do Novo Testamento - cada um com o seu estilo - são narrativas de rupturas, de processos de transformação, de actuações escandalosas, para tocar no que há de mais decisivo na prática de Jesus, que saltou as barreiras das convenções sociais, culturais e religiosas em que nasceu. Hoje, alguns historiadores parecem apostados em mostrar que não há rupturas. Fazem um esforço espantoso de investigação para reduzir Jesus e a sua mensagem a uma das correntes do mundo judaico. Se, antes, certa apologética e certas elaborações cristológicas faziam de Jesus uma figura celeste caída do céu no seio da Virgem Maria, sem história nem geografia terrestres, hoje, procura-se explicar tudo pela sua condição judaica e pelas ideias correntes no judaísmo plural do seu tempo. Para eliminar falsas rupturas, acabam por não explicar como é que Jesus se tornou, por um lado, uma figura tão polémica no interior do judaísmo e, por outro, uma figura universal, interpretada por S. Paulo como não cabendo nos limites do judaísmo. É certo que Jesus não deixou nada escrito acerca das suas experiências, das suas perplexidades e das suas opções. Se eliminarmos, porém, a originalidade inconfundível da sua personalidade e da sua mensagem, dentro e fora do judaísmo, de quem falam os textos do Novo Testamento, tanto os canónicos como os apócrifos? Haverá, dentro dessas narrativas, alguma outra personalidade que o possa substituir e a quem possam ser atribuídas as acções e as palavras de Jesus?Comecemos pelo princípio. Jesus levou muitos anos a encontrar o seu caminho. Quando julgou que o tinha encontrado, guiado por João Baptista - o seu baptismo, de tão incómodo para o seu prestígio, deve ser um facto histórico -, tem uma experiência que o afasta deste mestre para seguir o seu próprio caminho. Essa experiência vem narrada em todos os Evangelhos, embora segundo a perspectiva de cada um. O céu abriu-se e a sua voz era diferente da pregação avinagrada de João Baptista: És um filho muito amado. A partir daí, sentiu a necessidade de fazer um longo retiro para tudo rever. Foi tentado, nesse retiro, pelas figuras do messianismo do seu tempo e, no fundo, pelas maiores e constantes tentações humanas.
2.Um messias verdadeiro tinha de se apresentar com uma solução clara para os problemas económicos, políticos e religiosos do seu tempo e do seu povo. Jesus, no retiro, foi atormentado por essas expectativas, que ele interpretou como tentações diabólicas, isto é, tentações que o desviavam, radicalmente, daquilo que pretendia fazer e daquilo que lhe parecia mais importante.Conta o Evangelho de Marcos que até os discípulos que escolheu não compreendiam o seu caminho. Entre o capítulo quatro e o capítulo dez, isto é repetido oito vezes. Jesus vê-se obrigado a dizer a Pedro, figura destacada do grupo: Arreda-te de mim, Satanás, porque não pensas as coisas de Deus, mas dos homens (Mc 8, 33).Donde vinha este desentendimento? Os discípulos não queriam abandonar a teocracia implicada na noção de Reino de Deus. Julgavam que tinham sido chamados por Jesus para participarem no reino do poder da dominação divina, segundo os modelos dominantes do messianismo. Esta obsessão era tão grande e tão persistente, colocando os discípulos numa vergonhosa luta interna pelo poder, que Jesus sentiu a necessidade de os reunir a todos para lhes mostrar que estavam completamente enganados. Na sua proposta não havia "tacho" para ninguém. Quem quisesse ser o primeiro que se colocasse ao serviço de todos: O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos (Mc 10, 45).Mateus (23, 8-11) não atenua o combate ao carreirismo na comunidade cristã: Quanto a vós, não vos deixeis tratar por "mestre", pois um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. E, na terra, a ninguém chameis "Pai", porque um só é o vosso "Pai": aquele que está no Céu. Nem permitais que vos tratem por "doutores", porque um só é o vosso "Doutor": Cristo. O maior de entre vós será o vosso servo.
3. Chegados a este ponto, fica claro que nenhuma teocracia se pode reclamar de Jesus nem ele propôs qualquer modelo económico, político, cultural ou religioso. Não por indiferença, mas porque pertence aos seres humanos, dos diferentes povos e culturas, elaborá-los. Fica, porém, um critério e um fermento: só vale, do ponto de vista humano, aquilo que se fizer para serviço de todos, não para dominação de uns pelos outros, sabendo que cada um se considera demasiado grande para ser, apenas, um bom irmão.Chegamos, aqui, ao essencial. Jesus, a partir de uma experiência divina, vinha revelar que todos os seres humanos estão inscritos no coração de Deus e que a tarefa de cada um é inscrever os outros, mesmo os inimigos, no seu próprio coração. Neste reino não há excluídos. Quando fez esta revelação, narrada por S. Lucas, o próprio Jesus se comoveu e exultou de alegria sob a acção do Espírito Santo (Lc 10, 17-22). Era a primeira vez na história humana que se ouviam estas palavras. A Quaresma, como retiro, destina-se a rever tudo e a ficar com o essencial. Que Deus nos perdoe a todos.

domingo, 7 de março de 2010

A conversão

Sempre há quem se converta...

Perdão


O feito mais prodigioso: não guardar rancor.

segunda-feira, 1 de março de 2010

13.º Dia de Quaresma


Transfigurar para transformar